terça-feira, 21 de setembro de 2010

Matando a saudade

Sou aficionado por pescaria leve com equipamento de fly. Nada me da mais prazer do que pescar pequenos peixes com equipamento #2 ou #3 e pequenas moscas.
Desde que me mudei para Ribeirão Preto venho procurando um local para pescar lambarís sem muito sucesso. Apesar de a região possuir inúmeros rios e córregos parece que o lambarí está em extinção por essas bandas.
É bem verdade que aqui posso capturar com facilidade outro peixe que muito me agrada; o tucunaré, más confesso que sinto muita falta de uma boa pescaria de lambarís e saicangas. Bom, chega de saudosismo e vamos ao relato.
No último final de semana fui convidado a conhecer uma fazenda próxima a cidade de São Carlos. Em minha companhia estavam os amigos Eduardo e Fred.
A fazenda possui um belíssimo lago povoado com grandes matrinxãs e pacús.


Chegamos ao local na hora do almoço e fomos recebidos pelo Fernando, gerente da fazenda. Rapaz solícito e educado, que nos fez sentir em casa desde o primeiro momento. Enquanto arrumávamos a tralha ele já foi acendendo a churrasqueira e preparando um belo churrasco.
Depois do almoço demos início aos “trabalhos”, porém, junto com a gente chegou ao lago um vento digno da Terra do Fogo. O vento era tão forte que praticamente inviabilizava os arremessos. Enquanto o Eduardo tentava em vão conseguir um bom arremesso e o Fred tomava cerveja embaixo de uma árvore, peguei meu equipamento #3 e procurei um local mais abrigado para tentar alguma coisa, pois percebi peixes pequenos se alimentando na superfície. Atei uma imitação de larva de caddis ao tippet 0,15mm e fiz um arremesso curto próximo a umas taboas. Não demorou e senti aquela tremida característica na vara que só quem pesca lambarí conhece, que alegria!


Depois desse vieram muitos outros e inclusive uma tilápia que fez a varinha # 3 vergar.


Tive ação o dia inteiro, matei minha saudade desse pequeno grande adversário que me fascina desde a infância.
No final da tarde o Eduardo teve sua persistência recompensada com uma matrinxã de 2 quilos que foi grelhada com maestria pelo Fernando e servida no jantar.



Apesar do vento não ter dado trégua passamos um dia muito agradável que culminou com um belo jantar e um bate papo até altas horas da noite. Espero voltar em breve.




Abraço a todos.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Clouser matadeira

Domingo passado resolvi atar umas moscas com um material sintético novo que comprei do Gregório. Esse material (que eu não sei o nome) é parecido com o super hair, porém é mais macio e brilhante.

Atei três clouser minnows verde limão e branca, com bastante brilho e pensei: preciso testá-las ainda hoje.


Liguei para o amigo Eduardo e fiz o convite: “Vamos pescar uns tucunas no Carlão?” Prontamente ele aceitou. Chegamos ao lago às 15:30hs, arrumamos a tralha e isca n’água! Foi um dia daqueles, tivemos ação a tarde toda, pescamos inúmeros tucunarés, quase todos de bom tamanho.
Os peixes estavam seguindo bastante a isca antes de atacar, más quando acelerávamos o recolhimento eles atacavam com vontade, engolindo a isca, por vezes dificultando sua retirada.








Não sei se foi um dia de sorte ou se foi a isca nova, más por via das dúvidas vou atar mais uma meia dúzia delas, rsrsrs.
Abraço a todos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O artesão do fly


Por ocasião de uma viagem a São Paulo, aproveitei para fazer uma visita ao meu amigo Karkour Seyoufi, mais conhecido como Gregório. Esse Sírio de alma brasileira foi a primeira pessoa a viver exclusivamente do comércio de equipamentos de fly em nosso país.
No início dos anos 90, com coragem e empreendedorismo apostou neste mercado praticamente desconhecido e elitizado que era o flyfishing. Passou a importar blanks da marca Gloomis e a montar varas customizadas, atendendo desde neófitos na modalidade até aos mais experimentados “flyseiros”.
Não demorou para suas varas conquistarem pescadores por todo Brasil e se tornarem referência. Passou então a vender uma enorme variedade de materiais, como carretilhas, linhas, material de atado e acessórios em geral, que praticamente não existiam nas lojas. Num ato de pura ousadia e determinação se propôs a ensinar mulheres de baixa renda da cidade de Registro no Vale do Ribeira a confeccionar moscas. A idéia deu certo e hoje ele conta com uma produção de milhares de moscas por mês, que são vendidas em lojas de todo Brasil.


Atualmente ele representa as varas Talon e as linhas Rio, além de montar varas de bambu personalizadas, que são verdadeiras obras de arte.


Eu sou suspeito para falar do Gregório, pois ele foi uma das pessoas mais importantes em meu aprendizado de fly, ensinou-me técnicas de atado e arremesso, sem contar as inúmeras pescarias de truta e lambarí que fizemos juntos na época em que eu morava em São Paulo.
Com seu jeito bonachão (às vezes ríspido, rsrsrsrs) sempre me recebeu em sua casa para vender material ou simplesmente para servir uma boa comida árabe regada a vinho e boa conversa.
Polêmico para alguns, mestre para outros, ninguém pode negar que ele ajudou muito o fly a ser o que é hoje. Obrigado Lê!

Seus equipamentos podem ser adquiridos através do e-mail: gregs@terra.com.br