quinta-feira, 29 de abril de 2010

Tucunarés quase no quintal de casa

Aqui na região de Ribeirão Preto existem muitos lagos particulares, povoados com tucunarés, alguns bem próximos da cidade, oferecendo uma excelente alternativa de diversão para nós, pescadores esportivos, quase no quintal de casa.
São encontrados dentro de fazendas, condomínios fechados ou em clubes de campo.
A principal espécie que habita estes locais é o tucunaré amarelo (Cichla monoculus), com peso variando de 500g a 1,5kg.
No último feriado de 21 de abril resolvi fazer uma pescaria “solo” em um destes lagos, de propriedade do amigo Carlão, que fica a menos de 20 minutos da minha casa.
Cheguei ao local por volta das 15:30hs, montei a tralha, vesti o wader (macacão impermeável) e meia hora depois estava pescando.
Neste local usamos waders porque pescamos com água pela cintura, apesar dos inúmeros avisos por parte do Carlão de que no lago habitam sucuris. Ele jura de pé junto que uma delas comeu alguns dos seus porquinhos.
A tarde estava muito quente e sem vento e a água estava espelhada.
Comecei a pescaria utilizando uma vara #5 de ação média e um streamer feito com marabou. Arremessa, troca isca, arremessa... e nada de peixe, a não ser por um micro tucunaré que deu o ar da graça depois de uma hora de insistência. Achei que seria uma furada.
Já meio desanimado me dirigi para a parte final do lago, onde existem inúmeros aguapés e um pequeno córrego.
Logo na chegada pude ver as marolas características do tucunaré se movimentando.
Coloquei um streamer de bucktail branco e amarelo e arremessei. Na segunda trabalhada um belo tucunaré explodiu na isca e fez a varinha 5 vergar. Tirei uma foto para o blog e o liberei.
Depois disso, vários tucunarés menores, na faixa de 500 a 700g foram capturados, fotografados e soltos.
Más a grande emoção ficou para o final. Já passava das seis da tarde quando arremessei um popper verde-limão próximo a uma árvore semi-submersa e um tucunaré de uns dois quilos aproximadamente riscou a água e abocanhou a isca, na mesma velocidade que ele saiu debaixo da árvore ele voltou e se enroscou todo, só recuperei a isca, toda danificada. A besta acabou com o popper, até quebrou o anzol.
Já sei o que vocês vão dizer; o maior sempre escapa... Más é a mais pura verdade!
Abraço a todos.






domingo, 25 de abril de 2010

Patagônia, temporada 2010

Toda pescaria quando é programada tem a possibilidade de ter um melhor resultado. E foi o que fizemos com nossa ida à Patagônia neste 2010. Passamos primeiro por San Martin de los Andes, ficamos 3 dias com tempo instável, vento e chuva. Depois fomos para Aluminé. Fizemos um contato prévio com nosso guia e amigo Katy (Jacinto) Melo, deixando combinado um mês antes uma flotada de 3 dias no Rio Aluminé, com acampamentos e todo o que tem direito para uma boa estadia.
Na chegada o tempo já havia melhorado. Nos instalamos na “Hosteria Aluminé” e depois do descanso da viagem de um dia, iniciamos os trabalhos fazendo uma pescaria no rio Pulmarí. Ainda com instabilidade no tempo, este rio se revelou difícil nessa tarde, e não conseguimos nenhuma ação. Partimos para o Aluminé e em um par de lugares escondidos, perto da ponte “La Querencia” fizemos capturas de peixes pequenos e de porte médio. Usamos algumas moscas secas e várias ninfas. Foi bem agitado este local.
No dia seguinte programamos ir ao Arroyo Malalco. O dia foi sensacional. Nada de vento, muitas trutas comendo na superfície, foi uma super pescaria, muito técnica, com uma média de dez fisgadas por pescador das 9 da manhã até umas 2 da tarde (éramos em 3). O problema é tirar essas trutas da água. Tippets muito finos, moscas pequenas, e um rio cheio de galhadas. Muitas peripécias para conseguir colocar o peixe na rede. Um dia fantástico em todo sentido, ação, clima, comida e vinho!
No dia seguinte foi a vez da tão sonhada flotada de 3dias. Saimos umas 9 da manhã depois de preparar as embarcações com os apetrechos para os dias de acampamento. Comidas, bebidas, barracas, e os equipamentos de pesca. O lugar de partida foi a uns 10 km de Rahue. Depois de meio dia calmo, o vento começou a castigar, foi até o final do nosso percurso. No inicio usamos algumas moscas secas capturando alguns peixes de porte médio, e depois foi quase o tempo todo com streamers com o resultado que vemos nas fotos. Houve alguns pools que conseguimos pescar com secas, mas com trutas muito seletivas e um vento enlouquecedor, um verdadeiro desafio. Depois de 3 dias, 2 acampamentos, comidas deliciosas, um vinho de primeira e uma pesca sensacional ancoramos nossas balsas na estação medição de água, antes do rio Malleo. Nossa equipe de apoio estava nos esperando para retornar à cidade de Aluminé.
Depois de descansar no hotel um dia inteiro partimos ao norte para Caviahue para pescar na “Estancia Trolope”. Ainda com vento, nos instalamos na Hosteria del Agrio para pescar no dia seguinte. Partimos para pescar às 6 e 30 da manhã com vento ainda, mas com um dia limpinho, a pesca foi muito boa a partir das 10 da manhã, mas pegamos uma virada de tempo e uma tormenta da cordilheira com neve e tudo, incrível! Depois desta só restava voltar para casa....(ENVIADO POR EDURADO HECTOR FERRARO)











quinta-feira, 22 de abril de 2010

Anatomy of a fisherman

Outro dia, navegando na net, encontrei um trecho do livro Anatomy of a Fisherman, do escritor John D. Voelker, que escrevia sob o pseudônimo de Robert Traver. Sua obra mais famosa é o livro Anatomia de um crime de 1958 que virou filme e foi indicado ao Oscar. Achei bem legal, aproveitem e perdoem alguma falha de tradução.

"Pesco porque amo pescar, porque amo os locais onde as trutas são encontradas, que são invariavelmente bonitos e odeio os locais onde se encontram multidões, que são invariavelmente feios; porque escapo dos comerciais de TV, das festas e das posturas sociais; porque em um mundo onde a maioria dos homens parece passar a vida fazendo coisas que odeia, minha pesca é ao mesmo tempo uma fonte inesgotável de prazer e um pequeno ato de rebeldia; porque as trutas não mentem ou enganam e não podem ser compradas, subornadas ou impressionadas pelo poder, más respondem a quietude, humildade e paciência infinita; porque suspeito que os homens estão neste caminho pela última vez, e eu não quero desperdiçar esta viagem; porque somente nos bosques posso encontrar a solidão sem me sentir só; porque o bourbon bebido em uma velha caneca tem um gosto melhor; porque talvez um dia eu pesque uma sereia; e finalmente, não pesco porque considero terrivelmente importante, más porque suspeito que muitas das outras preocupações dos homens são igualmente sem importância e nem de longe tão divertidas".( Anatomy of a Fisherman, 1964)

"I fish because I love to; because I love the environs where trout are found, which are invariably beautiful and I hate the environs where crowds of people are found, which are invariably ugly; because of all the television commercials, cocktail parties, and assorted social posturing I thus escape; because, in a world where most men seem to spend their lives doing things they hate, my fishing is at once an endless source of delight and an act of small rebellion; because trout do not lie or cheat and cannot be bought or bribed or impressed by power, but respond only to quietude and humility and endless patience; because I suspect that men are going along this way for the last time, and I for one don't want to waste the trip; because only in the woods can I find solitude without loneliness; because bourbon out of an old tin cup always tastes better out there; because maybe one day I will catch a mermaid; and, finally, not because I regard fishing as being so terribly important but because I suspect that so many of the other concerns of men are equally unimportant - and not nearly so much fun". (From Anatomy of a Fisherman by Robert Traver)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Trutas na montanha

Em janeiro deste ano viajei com minha esposa para uma pescaria de trutas no “Pesca na Montanha” em Campos do Jordão.
Ela já pesca de fly há algum tempo, porém nunca havia pescado trutas.
Sob o pretexto de que ela deveria ser “batizada” na pesca do peixe símbolo do fly, lá fomos nós para aquele paraíso.
Nos hospedamos na pousada do velho amigo Eurico, que fica no caminho para o pesqueiro.
Apesar de estarmos em pleno verão, as temperaturas estavam bem agradáveis na
Montanha, o que aumentava nossa expectativa de uma boa pesca.
Durante os dias que lá estivemos a rotina era a mesma; acordávamos cedo, tomávamos o especialíssimo café da manhã servido na pousada e saíamos para pescar.
Começávamos o dia sempre utilizando wooly buggers ou ninfas grandes de Odonatas, sempre com muito êxito. A medida que a tarde avançava e a temperatura caía, as trutas começavam a se alimentar na superfície, então mudávamos para moscas secas e aí tinha inicio nosso “happy hour”. Adams, Royal Wulff , Humpy, qualquer imitação de Efemeróptera era aceita sem cerimônia.
Estranhamente as trutas estavam muito pouco seletivas e atacavam as iscas com muita velocidade e voracidade.
Foram três dias incríveis, com muitas capturas de peixes de vários tamanhos.
Assim como eu, minha esposa tornou-se uma entusiasta da pesca de truta com fly, sorte minha!
Abraço a todos.








domingo, 11 de abril de 2010

Programa de domingo

Tardes de domingo costumam ser entediantes, depois daquele lauto almoço, geralmente nos entregamos à preguiça. Porém hoje, meu amigo Eduardo Feresin tirou-me do ócio com um convite para pescar em uma fazenda de um amigo dele.
Somente o local já vale o passeio, pois trata-se de uma fazenda centenária de café, com construções em estilo colonial, árvores frondosas, jardins muito bem cuidados e para nossa alegria um lago repleto de tilápias, matrinxãs e patingas(um híbrido do cruzamento do pacu com a pirapitinga).
Eu iniciei a pescaria com um woolly bugger e o Eduardo com um clouser minnow. No segundo arremesso uma forte batida seguida de um salto e lá vai embora a matrinxã.
A tarde prometia!
Mais dois arremessos e outra batida, só que desta vez era uma patinga, que tomou toda linha de fly e alguns metros do backing. Poucos minutos depois o peixe se entrega, é fotografado e devolvido ao lago. Nem bem acabo de soltar o peixe e escuto os gritos do Eduardo que travava uma verdadeira luta com uma matrinxã enorme. Depois de vários saltos espetaculares e tomadas de linha a adversária se dá por vencida, é fotografada e solta em seguida.
A tarde seguiu sem mais nenhuma grande captura, más as tilápias apareceram e salvaram o dia. Trocamos os streamers por imitações de ração e tivemos muitas ações, elas atacavam as iscas com voracidade, apesar de não serem grandes.
A pescaria não foi tão boa quanto imaginávamos, más com certeza valeu a pena!