quarta-feira, 28 de março de 2012

Momento mágico

(clique na foto para ampliar)

Foto tirada em Agosto de 2010 em um lago do rio Araguaia.

Eu e o amigo José Augusto pescávamos tucunarés quando um boto tucuxi resolveu se aproximar para roubar nossos peixes. Num raro momento de sorte conseguimos fotografá-lo bem no instante que subiu para respirar. São eventos como este que tornam os dias que passamos na beira do rio inesquecíveis e fazem a vida valer a pena. Pesque, solte, contemple e acima de tudo, respeite a natureza.
Abraço a todos.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Bass na Serra Gaúcha


Há muitos anos alimentava o desejo de pescar Blackbass na Serra Gaúcha. Lembro-me das matérias escritas pelo Alvaro Moawad na revista troféu pesca, no ínicio dos anos 90, onde ele narrava com maestria suas pescarias nos Campos de Cima da Serra a procura de bass e traíras, sempre na companhia de seu labrador. Nessa mesma época fiz algumas incursões a represas próximas a São Paulo, más devido a falta de infraestrutura e conhecimento dos pontos de pesca não obtive êxito na tentativa de capturar esse esquivo peixe.
O tempo passou e deixei esse desejo engavetado, até que meu amigo Hector de Florianópolis me enviou uma matéria sobre pesca de Bass no sul e assim reacendeu a vontade de fazer essa viagem.
Entrei em contato com o amigo Gustavo que reside em Canela e é profundo conhecedor dos locais de pesca em toda região da Serra e agendei alguns dias em janeiro para embarcar nessa aventura.
Depois de uma verdadeira “via crucis”, avião até São Paulo, espera de 3 horas no aeroporto, conexão para Porto Alegre e finalmente 120km dirigindo um carro alugado, cheguei a Canela num Domingo às 17:00hs. Deixei minha mala no hotel, peguei minha tralha e dirigi mais 7km até a fazenda Passo Alegre, onde o Gustavo me aguardava para traçarmos os planos para os próximos dias, e é claro, esticar a linha, apesar do cansaço. Só o passeio a esta fazenda já vale a pena. Localizada em meio a campos de altitude e araucárias centenárias, suas principais atividades são a criação de bovinos, ovinos, bubalinos e agora também a pesca esportiva.



Como estávamos no horário de verão pescamos até as 20:00hs. As ações foram bem escassas, pois ventava demais, más mesmo assim consegui fisgar meu primeiro bass gaúcho.

Como o Gustavo tinha alguns compromissos profissionais, pesquei os dois primeiros dias sozinho, o que não foi de forma alguma desagradável. Saía bem cedo munido de uma caixa térmica recheada de iguarias do sul; queijo colonial, copa caseira, pão italiano, e passava o dia todo pescando.
Nestes dois dias capturei mais de 50 exemplares, porém nenhum grande, más peixes na faixa de 800 a 900g eram relativamente comuns.



Não vou me ater à parte técnica dessa pescaria, pois isso meu amigo Hector já fez em outra postagem aqui no blog, porém quero deixar algumas impressões sobre a espécie.
O que pude perceber foi o seguinte, o Blackbass é muito sensível às variações climáticas, sempre que começava a ventar as ações paravam imediatamente, mesmo usando iscas de fundo. Quando o vento cessava e a sensação térmica de calor aumentava, os peixes voltavam a atacar as iscas avidamente, e assim era durante o dia todo.
Outra coisa que pude constatar é em relação aos ataques na superfície, sempre ouvi dizer que os bass não se movem mais do que alguns centímetros para atacar a isca, não foi isso que testemunhei. Quando o lago estava calmo os peixes riscavam a água cerca de dois metros para desferir o ataque, a batida às vezes é sutil, más em alguns momentos eu até me assustava com a violência dos ataques, fazendo lembrar o tucunaré. Em relação à briga não diria que se trata de um peixe muito forte, más oferece resistência quando fisgado.
No terceiro e último dia de pesca o Gustavo reuniu alguns amigos e fomos a uma fazenda na cidade de São Francisco de Paula, local famoso por suas represas repletas de Blackbass. Infelizmente um vento frio assolou a Serra durante todo o dia e a pescaria não foi muito boa, más em compensação fizemos um churrasco ao estilo Gaúcho que foi fantástico.






Para quem vai ao Sul esperando uma pescaria de trófeus, provavelmente vai se decepcionar, más se você quer pescar em meio a paisagens incríveis, desfrutar de boa gastronomia e ainda contar com a conhecida hospitalidade gaúcha, esse é o lugar.

Abraço a todos.

quarta-feira, 14 de março de 2012

De volta

Depois de tantos meses de afastamento estou de volta. Por razões que não cabem aqui, parei de postar matérias e quase desisti do blog, porém os apelos dos amigos mais próximos trouxeram à tona a vontade de escrever e compartilhar novamente minhas experiências com vocês. Neste tempo afastado continuei pescando, é claro, então tenho algumas postagens na ¨geladeira¨ aguardando sua vez. Começarei com uma pescaria de lambarís que fiz na companhia do meu amigo Bernardo, que, aliás, foi um dos responsáveis pelo minha retomada do blog.
Os que acompanham o blog sabem que adoro a pesca de peixes pequenos, em especial do lambarí. Desde que me mudei para Ribeirão Preto vinha procurando um local para pescá-los próximo de casa, sem sucesso. Até encontrei algumas lagoas e trechos do rio Pardo onde era possível fisgá-los, más a pescaria que eu gosto, que é feita em pequenos rios de água cristalina e corredeiras, estava distante da minha realidade, pois este tipo de curso d’água não é comum aqui na região.
Essa realidade mudou quando descobri um riacho com essas características a apenas 35 km da minha casa. O dia que fiz a descoberta foi um Domingo à tarde durante um passeio com minha esposa e estava sem minha tralha de fly, más mesmo assim pude constatar a presença dos peixes quando joguei farelo de pão na água e imediatamente foi atacado por um cardume de lambarís. Imaginem meu desespero. Pronto, agora teria que segurar a ansiedade por uma semana até que pudesse voltar e colocar minha varinha #2 para trabalhar.
Durante a semana atei umas ¨duzentas¨ moscas e convidei o Bernardo, que também é fanático por lambarís, para conhecer o local.
No sábado seguinte lá estávamos nós de wader e wading shoes para explorar o local.
O riacho serpenteia por entre uma mata ciliar bem preservada e tem águas cristalinas que correm sobre pedras e um fundo arenoso.
O trecho que iríamos pescar passa dentro de uma propriedade particular na qual o dono é extremamente zeloso e preocupado com o meio ambiente, não permitindo que nenhum peixe seja abatido.








Logo nos primeiros arremessos começaram as capturas. Era um atrás do outro. Apesar de não serem grandes nos proporcionavam muita satisfação, principalmente ao Bernardo, com sua vara Sage #000 (que inveja!rrrrr).




Usamos basicamente pequenas larvas de midges atadas em anzóis #16 ao #20 já que os peixes não se animaram em atacar nossos dryflies.
Durante umas quatro horas pescamos e soltamos muitos peixes e tiramos inúmeras fotos desse pequeno paraíso.




Depois desse dia, este local entrou definitivamente para nossa lista de favoritos e voltamos lá sempre que podemos. Algumas vezes a pescaria é boa, outras nem tanto, más o importante é que agora temos nosso ¨riozinho no estilo¨ (como diria meu amigo Gregório) para pescar estes pequenos valentes.
Abraço a todos.