sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fox Séries



Creio que cada mosca pode ter uma história particular, cada padrão pode envolver um momento de criação e o uso de materiais que por vezes imaginamos que vão funcionar para determinados modelos. Assim quando modificamos ou criamos um determinado padrão existe esse maravilhoso momento de combinar esses elementos, pensando em posteriores pescarias e na satisfação de capturar algum peixe com nossa mosca. Há alguns anos que me dedico a atar minhas moscas e o prazer sempre de montar a morsa abrir as caixas de materiais, escolher anzóis, sempre me renova, ainda mais pensando em uma pescaria determinada, um peixe que espero pescar, um lugar, um âmbito que desejo curtir, a busca de uma experiência plena.
Como disse antes, cada mosca tem sua história e esta que apresento agora tem sua origem em uma viagem de férias para Argentina. Estando na casa dos meus pais, minha mãe arrumava um dos guarda-roupas e percebeu que num canto tinha guardada uma antiga estola de raposa, ela tirou e me mostrou. Imediatamente a minha reação foi pedir essa pele pensando obviamente num material para atar algumas moscas. Como já realmente não interessava mais para minha mãe conservá-la, me deu sem objeções. Eu revisei a estola que estava em ótimo estado e imediatamente vieram na minha cabeça uma série de modelos, principalmente streamers. Passada esta história de conseguir o material e de volta para casa vieram as sessões de atado. Atei em primeiro lugar alguns Muddlers que ficaram muito bons, combinando a asa do streamer feita com a raposa e cabeça de pêlo de cervo (muddler). Usei com sucesso essas moscas na Patagônia na temporada seguinte, ficando satisfeito pela mobilidade e naturalidade da mosca quando estava na água. A ação do pêlo de raposa na hora de “nadar” é muito interessante.
Depois de pesquisar mais modelos feitos com o dito material comecei a pensar em algum padrão que combinasse simplicidade, que seja atrativo tanto para pescador quanto para o peixe. A escolha de material natural para este atado é uma predileção minha. Somente usei um material sintético para brilho (cristal flash). Assim a combinação do pêlo da estola (fox tail) com o dubbing de raposa colorido, somado a um pequeno chumaço de cristal flash decantou na “Fox series”. Um grupo de moscas que combinam a sobriedade do pêlo natural e as cabeças coloridas, simples, fácil de fazer. A opção de um anzol de haste curta foi para simplificar a questão do copo da mosca, ela não leva nenhum material neste sentido. Adicionamos também os olhos de metal para que ela afunde rápido. Este item pode ser opcional.




O procedimento de confecção é muito simples. Ata-se no anzol os olhos de metal, logo depois o chumaço de kristal flash, um pouco antes da curva do anzol atamos o chumaço de fox tail, girando-o para que ocupe todo o diâmetro do anzol. Deve sobrar um espaço para atar a cabeça feita com dubbing colorido. A técnica é dividir a linha e colocar o dubbing no meio das fibras e enrolar para que fique bem volumoso, enrolamos o dubbing passando por cima dos olhos de metal e fazemos o nó final. Depois puxamos as fibras de dubbing deixando elas bem soltas, depois penteamos para trás com uma pequena escova. Como podemos ver no vídeo a mosca é muito fácil e rápida de fazer.(http://www.youtube.com/watch?v=HxhNL5sR2w0)

Receita
Anzol: haste curta (Gamakatsu octoppus nº 8 ou 6 )

Olhos de metal (opcional)
Cristal Flash, dica: combinar a cor coma cabeça

Fox tail para a asa do streamer , cor natural.

Dubbing de raposa colorido para a cabeça




Creio que com estas moscas há várias espécies para pescar. Acho possível usar na pesca do bass, do robalo e em anzóis maiores podemos tentar os tucunarés. Até podemos tentar com as trutas patagônicas em ambientes onde os tamanhos e a voracidade ajudam para o uso de streamers. Espero que consigam fazer algumas e que tenham uma ótima pesca.
Um abraço, Eduardo Ferraro.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Lagoa perdida

Nada como um dia após o outro, depois de várias pescarias frustradas, finalmente “tirei a barriga da miséria”.
Tudo começou com uma conversa com um amigo sobre uma lagoa aqui da região que segundo ele, era fartamente povoada por tucunarés azuis. Quando ouvi as palavras mágicas “Tucunaré azul” meus olhos brilharam e a ansiedade e curiosidade tomaram conta de mim, eu tinha que conhecer esse local urgentemente. O problema é que o lugar é de difícil acesso, em meio a um verdadeiro labirinto entre canaviais e minha última experiência neste tipo de ambiente não tinha sido nada agradável.
Recorri então ao amigo Alexandre que tem experiência em navegação, pois já participou de um Rally da Mitsubishi Cup.
Com as coordenadas geográficas no GPS, os caiaques em cima do carro e muita vontade de pescar, saímos às 6 da manhã rumo a mais uma aventura.
O trajeto foi relativamente tranqüilo, fizemos alguns ajustes e desvios na rota e uma hora depois chegamos ao local. Já na chegada nos surpreendemos com a beleza do lugar, a lagoa é toda rodeada por mata fechada e possui uma água cristalina e com muita vegetação aquática, sem contar a enorme quantidade de aves, como Saracura, Cará-Cará, Garças, entre outros. Até fotografei um Gavião Carijó que pousou em cima do carro.


Desembarcamos nossos caiaques e começamos as atividades. A enorme quantidade de algas impedia o uso de qualquer isca que não fosse de superfície. Utilizamos uma isca semelhante a um popper, chamada Gurgler. É uma isca bem fácil de atar e um tanto tosca, porém com uma efetividade incrível.

O dia começou um pouco frio e tivemos poucas ações e apenas três capturas na parte da manhã.



Paramos para um lanche por volta das 11:30hs meio desanimados, achei que seria mais uma furada.
Depois da parada a coisa mudou de figura, com a subida da temperatura os peixes começaram a atacar as iscas com enorme voracidade, era uma explosão atrás da outra, muitas delas não resultavam em captura, más só o ataque na superfície já fazia o coração acelerar.
Como a lagoa tem estruturas em toda sua extensão, arremessávamos do meio para as margens e das margens para o meio e em qualquer lugar tínhamos ação, más os maiores peixes foram capturados no meio da lagoa.
Pegamos e soltamos muitos tucunarés, todos azuis e de bom porte para região.






Foi uma grata surpresa encontrarmos uma lagoa tão bonita e com tantos peixes aqui na nossa região, espero que as outras pessoas que pescam ali tenham a mesma postura que nós tivemos e levem somente fotos e lembranças desse verdadeiro paraíso.

Abraço a todos.

terça-feira, 3 de maio de 2011

O Black Bass e as lagoas do Sul


Há alguns anos, quando morava em São Paulo comecei a ouvir sobre este peixe, que para mim era realmente misterioso. Pouco conhecia dos locais que eram mencionados em revistas de pesca da época, ainda mais difícil era pensar como pescá-lo com a técnica recomendada das minhocas artificiais. Como pescador de fly pensava de que forma seria possível capturar algum bass, com que moscas, que número de equipamento. A verdade era que como não tinha a real dimensão dos ambientes comentados nas matérias era tudo mais difícil. Cachoeira da fumaça, represa de Nazaré Paulista , Atibaia e Atibainha, enfim, grandes pesqueiros de Black Bass do interior paulista rondavam na minha cabeça, imaginando algum encontro com esta espécie. E o mais duro foi que apesar de ir algumas vezes nestes lugares o encontro não se deu nunca, por mais entusiasmo que colocava, comecei a pensar que o Black não era fácil por essas bandas. Mas as circunstâncias da vida começaram a mudar um pouco minha história do encontro com este peixe. Minha vinda para o Sul do país trouxe coisas novas, não somente no campo profissional, mas também na pesca. Uma delas foi a proximidade da Serra Geral, que divide Santa Catarina de Rio Grande do Sul. Nesse entorno fui encontrar a pesca tão sonhada de trutas selvagens, em rios de montanha, o que parecia ser somente possível em Patagônia ou outros destinos mais longes. E como por acaso, como uma opção a mais, e das melhores, apareceu o Black Bass. Em todo o entorno serrano, além dos rios de montanha, temos muitas lagoas e açudes, que para nossa felicidade, na maioria dos casos, está povoado com Black Bass. O encontro com a espécie foi fantástico, paixão a primeira vista.


Um peixe esportivo de características supremas, por causa da sua agressividade e também, por momentos, sua seletividade. Por isso, para ter algum sucesso nesta empreitada foi importante ganhar experiência com os ambientes e os hábitos do Black.
Devo admitir que quando vim para o Sul já pescava exclusivamente com fly, isto fez que realmente observasse de que maneira era possível pescar o Bass nesta modalidade enquanto a todo o equipamento, desde varas, carretilhas, linhas e moscas. Uma coisa fundamental é entender o ambiente em que estes peixes foram colocados e que isso significa para pescar com fly. A grande diferença com as represas paulistas ou paranaenses é que as lagoas e açudes ou lagos do Sul são bem menores, mais rasos, mas muito ricos em alimentação e fauna bentônica (insetos, crustáceos). Esta característica permite que com o equipamento de fly consigamos atingir as estruturas e as profundidades onde o Black bass fica mais frequentemente. Nas grandes represas o trabalho de achar o peixe é muito mais complicado, às vezes, grandes profundidades onde os cardumes se concentram são impossíveis de alcançar com eficácia com as linhas de fly, mesmo as de afundamento rápido. Por isso, devemos pensar que estes ambientes sulinos são os mais apropriados para pescar com a nossa modalidade.


Quando comecei a pesquisar de como pescar o bass nestas latitudes constatei que a bibliografia e os dados sobre a pesca com fly para este peixe, como sempre acontece, eram todos de fora, importados. De todas maneiras, pensando em começar com alguma coisa, os primeiros que vieram a tona foram os poppers. É claro que idealizar a pesca na superfície é instigante, quase obsessivo, mas também apareceu o problema do clima e as épocas diferenciadas do ano. Nas primeiras pescarias me deparei com isto. Somente com poppers a coisa não funciona. Qualquer mudança climática interfere na condição de pesca, mas nestes ambientes pequenos e com esta espécie parece que tudo se acentua. Aí tive que recorrer aos streamers. E deu resultado. Ainda mais, as linhas que afundam, sinking tips ou intermediate solucionaram em parte meus problemas.
O clima está intimamente relacionado com a época, e como disse anteriormente o peixe sente bastante tudo isto. O bass geralmente desova na primavera e isto também faz alguma diferença no seu comportamento, um pouco mais austero. Depois disto nos meses de verão a festa começa. O calor os ativa pra valer e a pesca é na superfície quase a maior parte do tempo. Mesmo com calor, se não vemos ação da superfície, podemos entrar com os streamers e a mesma linha floating. Isto mostra um pouco a seletividade deste peixe. Não come a não ser a um palmo abaixo da superfície e outras formas diferentes aos do popper. Quando esfria o clima, o bass mergulha e se torna mais pacato, menos agressivo, mas não para de comer. Aí mudam as estratégias, pode ser necessário ter que colocar as linhas de afundamento. Esperar a linha descer e recolher lentamente os streamers. As pegadas são muito suaves, quase imperceptíveis. Uma pesca diferente, mas não menos interessante.
Outro item fundamental para pesquisar é a alimentação deste peixe. E fundamentalmente neste tipo de lagoas as situações mudam. Diria que o bass tem disponíveis nestes âmbitos os insetos que fazem parte da comunidade bentônica do lago nas formas de larvas, ninfas ou adultos. Peixes forrageiros (lambaris, tilápias) e os próprios filhotes do bass. Também rãs e girinos. E em alguns lugares, crustáceos (caranguejos de água doce) e sangue-sugas. Com este panorama vasto vem o momento de escolher as moscas, nas suas formas e cores. Se começamos pelos poppers, diria que funcionam muito bem os médios e pequenos, com anzol #6, #4, no máximo 1/0.



A minha eleição de cores recai nos pretos, amarelos ou verde flúor. Todos com cauda de bucktail ou saddle. Alguns com rubber legs. Sobre streamers diria que para cobrir as opções de alimentos os bucktails em amarelo ou verde limão, para imitar os filhotes de bass, os brancos para imitar lambaris, e os carijós para tilápias ou carás.



Funcionam bem as woolly buggers para imitar carangueijos ou sangue-sugas. As variantes destas moscas com rubber legs são também muito efetivas. Sobre os insetos disponíveis para o bass, creio que os mais importantes são os odonatos (libélulas ou lavadeiras). As ninfas destas espécies em tamanhos grandes funcionam bem, mas os adultos fazem a diferença numa das melhores pescas que se pode realizar nestes ambientes.

Os ataques são explosivos e assemelham-se muito à pesca da truta em lagos. As cores das moscas vão desde o azul, verde claro até vermelho. Também é possível usar imitações de grandes caddis e mayflies nos entardeceres.
Para finalizar podemos falar sobre varas, carretilhas e linhas. As minhas escolhas partem de varas #5 para uma pesca com moscas mais leves (streamer e pequenos poppers, imitações de insetos) e vai até uma vara #7, para poppers mais pesados ou streamers um pouco mais volumosos. As ações das varas acho que é uma escolha pessoal, mas temos que contar às vezes com o vento reinante no lugar ou com ter que alcançar um pouco mais de distância nos arremessos. Estes fatores condicionam as eleições de equipamento. As carretilhas podem ser simples, com uma carga mínima de backing, para cada peso de linha. Ela raramente vai entrar em cena, mas é interessante que esteja pronta para qualquer susto! As linhas de preferência são as Floating, com torpedo curto, modelos bass bug ou salt water para carregar a vara rapidamente e arremessar moscas volumosas. Também é legal contar com alguma linha intermediate ou sinking tip de velocidade de afundamento média para represas mais rasas. Se tivermos lugares mais fundos podemos usar uma linha mais rápida no seu afundamento. Os leaders podem ser de um metro e meio com tippet que varia segundo as moscas usadas. Podemos usar desde 0,30 mm ate um 1x (0,26mm) como para não correr perigo.

Este peixe apresenta um atrativo fantástico para a pesca com mosca aqui no Sul. A sua distribuição geográfica é bem importante nos estados de Rio grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Desde seu poder de adaptação às variações climáticas, a sua voracidade e seu grande valor esportivo, nos desafia a entender seu comportamento e seus hábitos para pescá-lo com esta modalidade tão apaixonante como é o fly. Vale a pena!
Enviado por Eduardo Hector Ferraro.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Está difícil...

Desde que meu caiaque chegou, há mais de um mês, só tenho tido infortúnios. Primeiro foi a chuva. Foram quinze dias ininterruptos de chuva, até tentei pescar, más as estradas estavam impraticáveis. Depois que parou de chover, aparentemente todos os tucunarés da região resolveram se reproduzir ao mesmo tempo, eles passaram a atacar as moscas com a boca fechada, nos deixando malucos, mesmo assim conseguimos algumas poucas capturas. Enfim as notícias eram promissoras na região de Barretos; os tucunarés de bom porte estavam comendo novamente. Saí na sexta-feira com a intenção de dormir em Barretos, pescar no sábado o dia todo com meu amigo José Augusto (que também comprou um caiaque) e voltar para casa à noite. Pois bem, cheguei às 7 da noite e um belo churrasco me aguardava, o final de semana já estava começando bem! Saímos com o raiar do sol no sábado, não havia nenhuma nuvem no céu, só a promessa de um belo dia de pesca. Finalmente iríamos estrear com estilo nossas “naves”. O destino era a fazenda Buracão, distante cerca de vinte quilômetros da cidade. No local existem vários lagos em meio a plantações de cana e alguns fragmentos florestais. O que aconteceu no sábado nos fez entender o porquê do nome Buracão. Após rodarmos alguns quilômetros por uma estrada de terra bem irregular nos deparamos com uma poça enorme de água no meio da estrada, fato que nos causou estranheza já que não chovia há mais de dez dias na região. Fiz o sinal da cruz e acelerei o carro, passamos a primeira. Depois desse, vieram mais cinco atoleiros que passei com bastante dificuldade. Qualquer pessoa sensata desistiria no segundo ou terceiro ponto, más não, o infeliz aqui estava tão louco para pegar uns peixes que insistiu na burrice. No sétimo ponto atolamos feio, nem por milagre sairíamos dali sozinhos. Para piorar a situação meu celular estava quase sem bateria e o Augusto esqueceu o dele em casa. A bateria só foi suficiente para pedir ajuda a um amigo que possui um carro com tração nas quatro rodas. O local é um verdadeiro labirinto e não passava ninguém alí fazia tempo, pois o solo estava repleto de pegadas de vários animais, como cateto, capivara e cachorro do mato. Nosso amigo rodou mais de 50km dentro da fazenda e não conseguiu nos achar, ficamos quatro horas aguardando socorro. Depois de tanto esperar o Augusto resolveu caminhar até um silo que tínhamos visto no caminho e lá conseguiu a ajuda de um senhor que nos tirou do atoleiro com sua caminhonete traçada. Resumindo, nem jogamos a linha na água e ainda por cima o carro saiu com algumas avarias. O que vocês fariam depois de uma furada dessas? Aposto que a maioria iria para casa. Nós não, somos insistentes (burros). Voltamos para a cidade, lavamos o carro e decidimos tentar a sorte em um outro lago. Assim que chegamos ao local e montamos a tralha, começou um vento que mais parecia o prenúncio de um furacão, estava quase impossível remar ou arremessar com aquele vento. Tentamos em vão lutar contra as forças da natureza, não pegamos um peixe sequer e na hora de ir embora, enquanto colocavámos os caiaques no carro, tomamos uma tremenda chuva, que fase! Más não têm problema, vamos seguir tentando, uma hora a maré vira...

terça-feira, 1 de março de 2011

Caiaque, ampliando os horizontes

Minha primeira experiência com caiaque foi há quase vinte anos, no rio do Peixe na cidade de Socorro-SP e posso lhes garantir que não foi nada agradável.
Era um modelo desses que se entra dentro e com uma estabilidade próxima de zero.
Enquanto o trecho do rio apresentava-se calmo foi tudo bem, más na primeira corredeira o caiaque virou e fiquei alguns segundos, que mais pareceram horas, de cabeça para baixo e batendo nas pedras. Então vocês podem imaginar a impressão que eu tinha desse tipo de embarcação.
Na semana passada, quando meu amigo Fernando me convidou para fazer uma pescaria com caiaque confesso que fiquei meio apreensivo, más aceitei.
Ele possui dois caiaques desenvolvidos para pesca esportiva, extremamente estáveis e seguros e não lembram em nada aquele “caixão” que eu havia entrado anos atrás.
A pescaria foi feita em um lago particular bem próximo da cidade e nosso alvo era os tucunarés. Partimos bem cedo e às 7:00 hs já estávamos pescando.
De início tive um pouco de dificuldade para controlar o caiaque e pescar ao mesmo tempo, más graças à paciência de meu amigo e um pouco de treino logo me familiarizei com a embarcação e obtive as primeiras capturas.


Como o dia estava quente e praticamente não ventava, optei por usar um Popper branco em anzol #8.
Tive muita ação de peixes pequenos, más os grandes não apareceram, com exceção de uma bela traíra que cortou meu tippet.


Já o Fernando teve mais sorte (ou mais habilidade), pegou cinco peixes de bom tamanho, entre 800g e 1 Kg.




Por volta das 12:00 hs encerramos a pescaria e saboreamos um belo churrasco na beira do lago.
A pescaria em si não foi das melhores, más mesmo assim eu curti cada momento. Pescar com caiaque é muito legal, a aproximação silenciosa dos pesqueiros sem grande esforço, a integração com o ambiente e a possibilidade de pescar em locais inatingíveis de outra maneira, são alguns dos bons motivos para praticar esta modalidade.
Sinto que meu horizonte se abriu, agora vislumbro inúmeras possibilidades de novas aventuras.
Bom, para finalizar a história, encomendei um caiaque para mim, deve chegar na semana que vem. Agora só me resta controlar a ansiedade e esperar para colocar na água meu novo “brinquedo”.
Abraço a todos.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pescando robalos no quintal do tio!

Esta postagem foi enviada pelo velho amigo Hector, de Florianópolis. Trata-se de uma pescaria no mínimo inusitada. Espero que gostem.

Parece mentira imaginar uma pescaria na casa do tio. Ainda uma pescaria de robalos. Mas é certo que depois do convite do meu querido amigo Paulo Vinícius, posso afirmar que pescamos robalos no quintal da casa do tio dele. O cenário é Florianópolis, distante quinze minutos da região central da cidade. Luiz, tio do Paulo, tem vários lagos nos quais crescem lindos robalos e alguns outros peixes da região, como tainhas e um chamado por aqui de “bananinha”, que por sinal pega muito bem as moscas.
O convite foi feito numa 6ª feira à noite, e no sábado à tarde saímos efetivamente para pescar. O calor era intenso, muita umidade, e promessa de chuva, um prognóstico frequente nos últimos tempos em Floripa. Como disse antes, depois de 15 minutos de carro chegamos ao nosso pesqueiro semi-urbano. Diria que tem esta característica já que é uma mistura de sítio, por causa do terreno e dos lagos, e várias casas e edificações em volta, alem do visual completo da baia norte da ilha de Santa Catarina. Quem nos recebeu foi o Luiz, tio do Paulo, com sua simpatia, e também as duas cachorrinhas que nos acompanharam na pesca: Suze e Frida.
Pegamos nossa tralha e marchamos para os lagos, lá nos fundos do terreno do “tio Luiz”. Paulo levava um verdadeiro arsenal: varas #4, #5 e #7. Eu tinha escolhido levar somente o equipamento #7, pois pelos comentários dele havia robalos de bom porte nos lagos. Linhas, somente as floating, e leaders com tippets 0X. As moscas foram escolhidas na beira do lago maior, depois de ver a movimentação dos peixes. A água estava barrenta, por causa das chuvas dos dias anteriores, por isso decidimos entrar com streamers que afundam rápido e de cores vivas para ativar os peixes. Eu decidi estrear uma mosca tubo (tube fly) que fiz há algum tempo. Uma mosca simples com chenille brilhante no corpo, bucktail branco e marabou azul claro no lombo.
A pescaria começou embaixo de um sol escaldante, mas com ameaça de tormenta. Com esse clima e antes do esperado, apareceu o primeiro robalo! Lindo, de um quilo e meio, pelo menos. Na briga com este peixe vi vários outros acompanharem o colega. Robalos maiores ainda do que aquele que eu havia fisgado. Após colocá-lo na rede, tirei o anzol, fotos e devolução.




A atividade parou, acredito por ser um lugar pequeno, e pelo barulho que causou este peixe na briga. Paulo ficou nesse lago eu fui testar os outros. Para minha surpresa, a resposta foi quase imediata. As “bananinhas” apareceram vorazes na minha “tube fly”. Estava tão entusiasmado que até esqueci de tirar fotos delas. Mais interessante foi a aparição de vários robalos pequenos. Paulo insistia no primeiro lago, e quando voltei para ele sugeri colocar um streamer escuro, pois até aí só estávamos com cores claras. Não passou muito tempo e ele fisgou um verdadeiro “trem”. Infelizmente arrebentou o tippet!!! Calculamos que era de dois quilos para cima.
Pouco depois a tormenta nos começou a castigar, a ponto de termos que nos refugiar na casa. Mas como toda chuva de verão, em uns minutos passou. Assim que de volta aos lagos, seguimos batalhando, eu voltei para outro dois laguinhos menores, onde também as respostas foram rápidas, mas agora com a maioria de robalinhos pequenos. A insistência de Paulo no primeiro lago teve sua recompensa. Fisgou outro lindo robalo, quase do tamanho do meu. Aí, luta, rede, fotos e para a água de novo.



E literalmente água de novo: chuva, trovoadas e raios. Nesta situação, recolhemos as varas e fomos de novo para a casa, a tormenta elétrica estava assustadora. Depois que parou a chuva, a água dos lagos estava muito suja, só eu decidi continuar com mais uns arremessos, mas tinha mudado já a condição de pesca e nossos amigos não pegaram as minhas iscas.
Desta maneira encerramos a tarde de sábado, com uma conversa cordial com o “tio Luiz” que nos convidou a tomar uma cervejinha gelada para acalmar a sede, pensando e filosofando sobre esta aventura de pesca semi-urbana, a somente quinze minutos de casa. Fiquei contente de ver o funcionamento da “tube fly”, um tipo de mosca que vem se impondo em vários ambientes, também pela sua praticidade. Um teste que deu certo para um dos nossos melhores peixes: o robalo. O convite para voltar ao lugar era evidente por parte do Luiz, e claro, nós aceitamos....

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Retorno ao Paraíso

Imaginem um lago de beleza sem igual, com águas límpidas, rodeado por pinheiros e araucárias centenárias em meio às montanhas da Serra da Mantiqueira e repleto de trutas que só se alimentam de insetos aquáticos e terrestres. Este é o cenário do “Pesca na Montanha”, local que freqüento há 15 anos, conforme já falei em outras postagens.



Como faço todos os anos, reservei alguns dias de minhas férias para pescar neste paraíso na companhia de minha esposa.
O lago possui uma grande quantidade de trutas e o grande diferencial em relação a outros pesqueiros é que os peixes não são alimentados, forçando-os a buscar alimento na fauna aquática do lago. Isso os torna muito parecidos com os peixes de ambientes naturais. Por conta disso a pescaria torna-se mais técnica e emocionante, pois temos que observar muito o comportamento do peixe para escolhermos a mosca certa.
Durante nossa estada por lá, todas as manhãs e finais de tarde aconteceram eclosões de insetos, geralmente mayflies (Efemerópteras) na cor bege. Nesses momentos usamos dry flies com tamanho e cor parecidos aos naturais e pescamos arremessando no rebojo dos peixes, quase sempre resultando em uma subida sutil da truta à superfície para tomar a mosca.



No restante do dia utilizamos basicamente woolly buggers em cores escuras. Essa isca consagrada é a “carta na manga” que não pode faltar em uma pescaria de trutas. Com suas características únicas ela pode se passar por um peixinho ou por uma grande ninfa de Odonata, talvez seja esse o segredo de seu sucesso.



A pescaria foi ótima, capturamos e soltamos dezenas de trutas com tamanho entre 300g e 1 kg, más, além disso, estar nesse lugar é sempre uma experiência agradável, o clima frio da montanha, a neblina e a paisagem nos faz relaxar e esquecer da vida, vale a pena.








Desta vez fizemos até um videozinho, a qualidade não está muito boa más da pra ter uma idéia do local: http://www.youtube.com/watch?v=wunqy7yOU5o

Material utilizado:
Varas #2, #3 e #4


Linhas WFF e DT
Moscas: Dryflies #14 e Woolly buggers #8 e #10 com bead head e lastreados
Líderes 3x para os woolly buggers e 5x para os Dryflies


Para mais informações sobre o Pesca na Montanha, acesse: http://www.pescanamontanha.com.br/

Abraço a todos.