segunda-feira, 11 de abril de 2011

Está difícil...

Desde que meu caiaque chegou, há mais de um mês, só tenho tido infortúnios. Primeiro foi a chuva. Foram quinze dias ininterruptos de chuva, até tentei pescar, más as estradas estavam impraticáveis. Depois que parou de chover, aparentemente todos os tucunarés da região resolveram se reproduzir ao mesmo tempo, eles passaram a atacar as moscas com a boca fechada, nos deixando malucos, mesmo assim conseguimos algumas poucas capturas. Enfim as notícias eram promissoras na região de Barretos; os tucunarés de bom porte estavam comendo novamente. Saí na sexta-feira com a intenção de dormir em Barretos, pescar no sábado o dia todo com meu amigo José Augusto (que também comprou um caiaque) e voltar para casa à noite. Pois bem, cheguei às 7 da noite e um belo churrasco me aguardava, o final de semana já estava começando bem! Saímos com o raiar do sol no sábado, não havia nenhuma nuvem no céu, só a promessa de um belo dia de pesca. Finalmente iríamos estrear com estilo nossas “naves”. O destino era a fazenda Buracão, distante cerca de vinte quilômetros da cidade. No local existem vários lagos em meio a plantações de cana e alguns fragmentos florestais. O que aconteceu no sábado nos fez entender o porquê do nome Buracão. Após rodarmos alguns quilômetros por uma estrada de terra bem irregular nos deparamos com uma poça enorme de água no meio da estrada, fato que nos causou estranheza já que não chovia há mais de dez dias na região. Fiz o sinal da cruz e acelerei o carro, passamos a primeira. Depois desse, vieram mais cinco atoleiros que passei com bastante dificuldade. Qualquer pessoa sensata desistiria no segundo ou terceiro ponto, más não, o infeliz aqui estava tão louco para pegar uns peixes que insistiu na burrice. No sétimo ponto atolamos feio, nem por milagre sairíamos dali sozinhos. Para piorar a situação meu celular estava quase sem bateria e o Augusto esqueceu o dele em casa. A bateria só foi suficiente para pedir ajuda a um amigo que possui um carro com tração nas quatro rodas. O local é um verdadeiro labirinto e não passava ninguém alí fazia tempo, pois o solo estava repleto de pegadas de vários animais, como cateto, capivara e cachorro do mato. Nosso amigo rodou mais de 50km dentro da fazenda e não conseguiu nos achar, ficamos quatro horas aguardando socorro. Depois de tanto esperar o Augusto resolveu caminhar até um silo que tínhamos visto no caminho e lá conseguiu a ajuda de um senhor que nos tirou do atoleiro com sua caminhonete traçada. Resumindo, nem jogamos a linha na água e ainda por cima o carro saiu com algumas avarias. O que vocês fariam depois de uma furada dessas? Aposto que a maioria iria para casa. Nós não, somos insistentes (burros). Voltamos para a cidade, lavamos o carro e decidimos tentar a sorte em um outro lago. Assim que chegamos ao local e montamos a tralha, começou um vento que mais parecia o prenúncio de um furacão, estava quase impossível remar ou arremessar com aquele vento. Tentamos em vão lutar contra as forças da natureza, não pegamos um peixe sequer e na hora de ir embora, enquanto colocavámos os caiaques no carro, tomamos uma tremenda chuva, que fase! Más não têm problema, vamos seguir tentando, uma hora a maré vira...

terça-feira, 1 de março de 2011

Caiaque, ampliando os horizontes

Minha primeira experiência com caiaque foi há quase vinte anos, no rio do Peixe na cidade de Socorro-SP e posso lhes garantir que não foi nada agradável.
Era um modelo desses que se entra dentro e com uma estabilidade próxima de zero.
Enquanto o trecho do rio apresentava-se calmo foi tudo bem, más na primeira corredeira o caiaque virou e fiquei alguns segundos, que mais pareceram horas, de cabeça para baixo e batendo nas pedras. Então vocês podem imaginar a impressão que eu tinha desse tipo de embarcação.
Na semana passada, quando meu amigo Fernando me convidou para fazer uma pescaria com caiaque confesso que fiquei meio apreensivo, más aceitei.
Ele possui dois caiaques desenvolvidos para pesca esportiva, extremamente estáveis e seguros e não lembram em nada aquele “caixão” que eu havia entrado anos atrás.
A pescaria foi feita em um lago particular bem próximo da cidade e nosso alvo era os tucunarés. Partimos bem cedo e às 7:00 hs já estávamos pescando.
De início tive um pouco de dificuldade para controlar o caiaque e pescar ao mesmo tempo, más graças à paciência de meu amigo e um pouco de treino logo me familiarizei com a embarcação e obtive as primeiras capturas.


Como o dia estava quente e praticamente não ventava, optei por usar um Popper branco em anzol #8.
Tive muita ação de peixes pequenos, más os grandes não apareceram, com exceção de uma bela traíra que cortou meu tippet.


Já o Fernando teve mais sorte (ou mais habilidade), pegou cinco peixes de bom tamanho, entre 800g e 1 Kg.




Por volta das 12:00 hs encerramos a pescaria e saboreamos um belo churrasco na beira do lago.
A pescaria em si não foi das melhores, más mesmo assim eu curti cada momento. Pescar com caiaque é muito legal, a aproximação silenciosa dos pesqueiros sem grande esforço, a integração com o ambiente e a possibilidade de pescar em locais inatingíveis de outra maneira, são alguns dos bons motivos para praticar esta modalidade.
Sinto que meu horizonte se abriu, agora vislumbro inúmeras possibilidades de novas aventuras.
Bom, para finalizar a história, encomendei um caiaque para mim, deve chegar na semana que vem. Agora só me resta controlar a ansiedade e esperar para colocar na água meu novo “brinquedo”.
Abraço a todos.