Atendendo a pedidos de alguns amigos, aí vai a receita desta mosca muito simples, mas extremamente eficiente para inúmeros peixes predadores.
Quem me ensinou a atar essa isca foi o amigo Márcio, de Brasília-DF.
Material utilizado:
Anzol Kenzaki realese ou Chinu nº9
Uma pena de marabou alternativo (desses vendidos em lojas de armarinhos)
Uma pena larga de Saddle
Crystal Flash
AMARRE A PENA DE MARABOU COM A PARTE DE DENTRO DA RAQUE(HASTE DA PENA) VOLTADA PARA BAIXO
ENROLE O MARABOU NO ANZOL COMO SE FOSSE UM HACKLE
AMARRE O CRYSTAL FLASH
AMARRE EM "V", PARA SER VISÍVEL DO DOIS LADOS
AMARRE A PENA DE SADDLE PELA PONTA
FAÇA UM HACKLE COM O SADDLE
AVANÇE COM A LINHA SOBRE O HACKLE E FAÇA O ARREMATE
PRONTO, É SÓ PESCAR!
domingo, 30 de maio de 2010
sábado, 22 de maio de 2010
Dica de leitura
Hoje terminei de ler o livro “Histórias de um pescador”, do mestre Paulo César Domingues. Para quem não conhece, ele foi o pioneiro da pesca de fly no Brasil.
Lançou vídeos sobre o tema e também o livro “Pescando com Mosca”.
Há uns 11 anos atrás tive o prazer e a honra de passar um dia em sua companhia.
Eu estava ajudando o amigo Betinho, que havia montado um stand somente com produtos de fly em uma feira de pesca na cidade de São Paulo.
O Paulo César foi convidado pelo Betinho a participar do evento, e para nossa surpresa ele aceitou. Foi lá que o conheci.
Posso dizer com tranquilidade que trata-se de uma pessoa extremamente acessível, simples, educada e carismática, sem falar de seus vastíssimos conhecimentos sobre flyfishing.
O livro é delicioso de ler, o autor nos transporta com maestria para dentro de suas aventuras, narrando suas pescarias com paixão e simplicidade, sem no entanto esquecer da parte técnica. Considero leitura obrigatória para todos os amantes da pesca com mosca.
Mesmo sabendo que ele nunca irá ler essa postagem, gostaria de dizer: Muito obrigado mestre, por tudo o que você fez pelo fly no Brasil!
Abraço a todos.
P.S. Não esqueci da matéria de atado, que foi o assunto vencedor da enquete. Estou preparando uma postagem legal para vocês.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Moscas para águas lentas
Muitas vezes nos deparamos na pesca de trutas em rios de montanha (nos remansos) ou córregos de águas mais lentas com situações difíceis de desvendar. Os peixes comem muito suavemente, não conseguimos distinguir os alimentos nitidamente, as subidas (rise) são tão sutis que ainda confundem mais nossa perspectiva de observação. Quando este quadro se apresenta, sempre é interessante pensar que aquelas moscas tradicionais como a Adams, as Wulff, Humpy ou Irresistible não satisfazem esta pedida, pois suas formas impressionistas não refletem o que o peixe está comendo nessa hora e nessas condições de ambientes mais calmos. Neste caso é interessante pensar em imitações em anzóis pequenos (#16,#18, #20....) de alguns insetos que possam estar na superfície dessas águas mais lentas.
Um desses grupos de insetos são os mosquitos (midges) que podem se encontrar no seu estado adulto
ou em fase de eclosão (emergente).
Outra família de insetos são os efemerópteros (mayflies) que também podemos encontrar nas fases de emergentes, sub-imagos (duns) e adultos mortos depois da desova (spinners). Veja nas figuras os padrões simples destes insetos.
Também poderemos encontrar tricópteros (caddis) na sua fase emergente (pupa) ou como adultos. Os padrões são simples como mostram as figuras.
Outro grupo de insetos que podem ser considerados nessa situação são os terrestres, principalmente as formigas e os pequenos besouros. Também muito fáceis de atar .
O motivo desta seleção de moscas foi baseado em situações comuns que encontramos nas águas lentas (remansos ou córregos) e que muitas vezes são difíceis de resolver na eleição da mosca. Pensando nas possibilidades dadas até aqui já teremos um leque de opções interessantes para poder capturar os peixes seletivos.
Atado das moscas
Uma constante no atado destas moscas é a simplicidade. Reparemos que os corpos cilíndricos são sempre com dubbing aplicado direto encima da linha de atado, ou floss, ou peakcok herl (fibra do pavão), enrolados na haste do anzol. As asas são apenas um chumaço de CDC (cul de canard) ou deer hair (pelo de cervo), ou material sintético como o Z-lon, como vemos na figura, colocado em forma de loop. Alguns modelos levam cauda, no caso dos emergentes pode ser um chumaço de material sintético, e no caso dos duns (sub-imago) apenas umas fibras de pena de galo (hackle) ou mallard (pato). No caso dos terrestres, as formigas são atadas formando 2 pequenas bolinhas de dubbing e um hackle enrolado no meio das duas. Os besouros precisam de um corpo mais compacto enrolado na haste do anzol e depois de uma carapaça para finalizar seu aspecto, fechada encima do corpo.
Na hora de pescar
Para finalizar podemos acrescentar que a pesca em águas lentas talvez seja o maior desafio que um pescador com mosca enfrenta, não somente pelo dilema das imitações a usar, senão que precisa de uma aproximação cautelosa antes do arremesso para não ser visto pelos peixes. Encontrar o momento exato para fazer o arremesso sem espantá-los, e conseguir precisão para que na apresentação da mosca esta derive o menos possível antes de entrar no ângulo de visão permitindo que o peixe aceite a imitação. Estes detalhes são tema para outra interessante conversa...
Boa pesca (Enviado por Eduardo Hector Ferraro)
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Tabaranas no rio Pardo
O rio Pardo é um dos rios mais importantes da região noroeste do estado de São Paulo. Suas águas percorrem 573km desde sua nascente em Ipiúna-MG até o desemboque no rio Grande.
Aqui na região de Ribeirão Preto, o Pardão, como é chamado, ainda possui uma ictiofauna considerável, apesar da pesca predatória e do avanço da cultura de cana-de-açúcar em suas margens.
Nós “flyseiros” aguardamos ansiosamente a época do ano em que o rio baixa e suas águas ficam mais límpidas para sairmos à “caça” dos dourados, tabaranas e lambarís.
A pescaria de dourados é sem dúvida uma das mais espetaculares que se pode fazer em qualquer modalidade, más não é muito fácil encontrá-los. Uma opção que temos quando eles resolvem não aparecer é a tabarana.
Os dois co-habitam os mesmos locais do rio, com a diferença que a tabarana prefere ficar mais próxima da margem (observação pessoal).
Há duas semanas atrás fui passar o final de semana no rancho de um amigo, às margens do rio Pardo, próximo à cidade de Serrana, localizada a vinte quilômetros daqui.
Como chegamos sábado à noite, só pude aplacar minha vontade de pescar no dia seguinte.
Acordei às 6:30hs da manhã e fui para o rio. A ansiedade era tanta que nem café eu tomei.
O local consiste de uma corredeira de uns 300 metros de extensão onde o rio corre forte e uma enorme laje de pedra, margeadas por uma bela mata ciliar.
Montei duas varas; uma #3 para eventuais tambiús e uma #8 para os dourados.
Comecei com o equipamento #8 e um streamer de EP Sea Fiber.
No primeiro arremesso, uma tabarana de 400g aproximadamente entrou no streamer com vontade.
Meu coração quase saiu pela boca e minhas pernas tremiam. Depois de uma breve luta ela se entregou e pude fotografá-la nas pedras ainda trêmulo.
Mais um arremesso e outra tabarana do mesmo tamanho, com certeza era um cardume. Mudei para a vara #3 com um pequeno streamer de bucktail verde limão, já que os peixes eram de pequeno porte.
Depois de muitos saltos acrobáticos, três tippets cortados e seis peixes capturados, os ataques cessaram.
Após as 7:00hs da manhã não houve mais nem um ataque sequer. Parecia que tinham marcado hora para se alimentar e me proporcionar tamanha alegria.
Alguns podem se perguntar: toda essa emoção por causa de tabaranas de menos de meio quilo?
Eu sou assim, quando estou pescando volto a ser criança, ainda me emociono com qualquer captura, principalmente em ambiente natural. Volto a ser aquele menino que pegava um lambarí e saía correndo para mostrar para o pai, todo orgulhoso. Sou obcecado pela pesca e por tudo que a envolve. Pescar tabaranas em uma corredeira, com equipamento de fly, com água pelos joelhos, em um local extremamente bonito e próximo da minha casa, o que mais posso querer?
(Perdoem a qualidade das fotos, pois as tabaranas são sensíveis e devem ser liberadas o mais rápido possível).
Aqui na região de Ribeirão Preto, o Pardão, como é chamado, ainda possui uma ictiofauna considerável, apesar da pesca predatória e do avanço da cultura de cana-de-açúcar em suas margens.
Nós “flyseiros” aguardamos ansiosamente a época do ano em que o rio baixa e suas águas ficam mais límpidas para sairmos à “caça” dos dourados, tabaranas e lambarís.
A pescaria de dourados é sem dúvida uma das mais espetaculares que se pode fazer em qualquer modalidade, más não é muito fácil encontrá-los. Uma opção que temos quando eles resolvem não aparecer é a tabarana.
Os dois co-habitam os mesmos locais do rio, com a diferença que a tabarana prefere ficar mais próxima da margem (observação pessoal).
Há duas semanas atrás fui passar o final de semana no rancho de um amigo, às margens do rio Pardo, próximo à cidade de Serrana, localizada a vinte quilômetros daqui.
Como chegamos sábado à noite, só pude aplacar minha vontade de pescar no dia seguinte.
Acordei às 6:30hs da manhã e fui para o rio. A ansiedade era tanta que nem café eu tomei.
O local consiste de uma corredeira de uns 300 metros de extensão onde o rio corre forte e uma enorme laje de pedra, margeadas por uma bela mata ciliar.
Montei duas varas; uma #3 para eventuais tambiús e uma #8 para os dourados.
Comecei com o equipamento #8 e um streamer de EP Sea Fiber.
No primeiro arremesso, uma tabarana de 400g aproximadamente entrou no streamer com vontade.
Meu coração quase saiu pela boca e minhas pernas tremiam. Depois de uma breve luta ela se entregou e pude fotografá-la nas pedras ainda trêmulo.
Mais um arremesso e outra tabarana do mesmo tamanho, com certeza era um cardume. Mudei para a vara #3 com um pequeno streamer de bucktail verde limão, já que os peixes eram de pequeno porte.
Depois de muitos saltos acrobáticos, três tippets cortados e seis peixes capturados, os ataques cessaram.
Após as 7:00hs da manhã não houve mais nem um ataque sequer. Parecia que tinham marcado hora para se alimentar e me proporcionar tamanha alegria.
Alguns podem se perguntar: toda essa emoção por causa de tabaranas de menos de meio quilo?
Eu sou assim, quando estou pescando volto a ser criança, ainda me emociono com qualquer captura, principalmente em ambiente natural. Volto a ser aquele menino que pegava um lambarí e saía correndo para mostrar para o pai, todo orgulhoso. Sou obcecado pela pesca e por tudo que a envolve. Pescar tabaranas em uma corredeira, com equipamento de fly, com água pelos joelhos, em um local extremamente bonito e próximo da minha casa, o que mais posso querer?
(Perdoem a qualidade das fotos, pois as tabaranas são sensíveis e devem ser liberadas o mais rápido possível).
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