sexta-feira, 14 de maio de 2010

Moscas para águas lentas

Muitas vezes nos deparamos na pesca de trutas em rios de montanha (nos remansos) ou córregos de águas mais lentas com situações difíceis de desvendar. Os peixes comem muito suavemente, não conseguimos distinguir os alimentos nitidamente, as subidas (rise) são tão sutis que ainda confundem mais nossa perspectiva de observação. Quando este quadro se apresenta, sempre é interessante pensar que aquelas moscas tradicionais como a Adams, as Wulff, Humpy ou Irresistible não satisfazem esta pedida, pois suas formas impressionistas não refletem o que o peixe está comendo nessa hora e nessas condições de ambientes mais calmos. Neste caso é interessante pensar em imitações em anzóis pequenos (#16,#18, #20....) de alguns insetos que possam estar na superfície dessas águas mais lentas.
Um desses grupos de insetos são os mosquitos (midges) que podem se encontrar no seu estado adulto

  
ou em fase de eclosão (emergente). 



Outra família de insetos são os efemerópteros (mayflies) que também podemos encontrar nas fases de emergentes, sub-imagos (duns) e adultos mortos depois da desova (spinners). Veja nas figuras os padrões simples destes insetos.


Também poderemos encontrar tricópteros (caddis) na sua fase emergente (pupa) ou como adultos.  Os padrões são simples como mostram as figuras.



  










Outro grupo de insetos que podem ser considerados nessa situação são os terrestres, principalmente as formigas e os pequenos besouros. Também muito fáceis de atar .


O motivo desta seleção de moscas foi baseado em situações comuns que encontramos nas águas lentas (remansos ou córregos) e que muitas vezes são difíceis de resolver na eleição da mosca. Pensando nas possibilidades dadas até aqui já teremos um leque de opções interessantes para poder capturar os peixes seletivos.


Atado das moscas

Uma constante no atado destas moscas é a simplicidade. Reparemos que os corpos cilíndricos são sempre com dubbing aplicado direto encima da linha de atado, ou floss, ou peakcok herl (fibra do pavão), enrolados na haste do anzol. As asas são apenas um chumaço de CDC (cul de canard) ou deer hair (pelo de cervo), ou material sintético como o Z-lon, como vemos na figura, colocado em forma de loop. Alguns modelos levam cauda, no caso dos emergentes pode ser um chumaço de material sintético, e no caso dos duns (sub-imago) apenas umas fibras de pena de galo (hackle) ou mallard (pato). No caso dos terrestres, as formigas são atadas formando 2 pequenas bolinhas de dubbing e um hackle enrolado no meio das duas. Os besouros precisam de um corpo mais compacto enrolado na haste do anzol e depois de uma carapaça para finalizar seu aspecto, fechada encima do corpo.

Na hora de pescar

Para finalizar podemos acrescentar que a pesca em águas lentas talvez seja o maior desafio que um pescador com mosca enfrenta, não somente pelo dilema das imitações a usar, senão que precisa de uma aproximação cautelosa antes do arremesso para não ser visto pelos peixes. Encontrar o momento exato para fazer o arremesso sem espantá-los, e conseguir precisão para que na apresentação da mosca esta derive o menos possível antes de entrar no ângulo de visão permitindo que o peixe aceite a imitação. Estes detalhes são tema para outra interessante conversa...
Boa pesca (Enviado por Eduardo Hector Ferraro)

3 comentários:

  1. UMA POSTAGEM DESSAS SÓ PODERIA TER SIDO ESCRITA POR UM "TRUTÓLOGO" MESMO!
    OBRIGADO AMIGO.

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  2. A pesca da truta é minha verdadeira paixão, não que descarte as outras espécies, mas é minha preferida, tal vez seja pela sutileza...Em fim
    Obrigado pela oportunidade de publicar esta matéria
    Abrazo, Eduardo

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  3. Apesar de nunca ter pescado trutas, devido a não encontra-las aqui pela minha região, acho uma pesca muito bacana e a matéria está muito fera!

    Parabens Eduardo!

    []'s
    E boas pinchadas
    Xandão

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